Sardão (Timon lepidus)

Biometrias
Comprimento: 15 – 26 cm (até à cauda), 30 – 60 cm (com cauda)

Sardão
(Timon lepidus)

Classe Reptilia, Ordem Squamata, Família Lacertidae

Descrição geral O sardão é um lagarto robusto, com uma cabeça caracteristicamente grande. A coloração geral do sardão é verde, mas o dorso pode ser de tons cinzentos ou castanhos. A cor do dorso é sobreposta por padrões pontilhados de cor preta. A coloração do ventre é verde-amarelada e ao longo dos lados do corpo, o sardão possui manchas (ocelos) azuis. Nos machos esta coloração é mais garrida do que nas fêmeas. A cauda tem a mesma coloração que o dorso e é bastante comprida, podendo atingir duas vezes o comprimento do corpo. As patas são robustas, com garras longas e curvadas na ponta dos dedos. Alimentação Esta espécie alimenta-se, maioritariamente, de invertebrados. Essencialmente caça escaravelhos, borboletas, gafanhotos, abelhas, aranhas, centopeias, caracóis e lesmas. No entanto, a sua dieta pode também incluir outros répteis, anfíbios, pequenos mamíferos, ovos e crias de aves, e frutos.

Comportamento
É um lagarto bastante veloz e esquivo, fugindo rapidamente ao menor sinal de perigo. Geralmente alimenta-se no solo, mas também é um trepador apto, subindo às arvores para apanhar ovos e crias de aves, ou para fugir. É, também, capaz de cavar buracos para se abrigar, ou usa tocas abandonadas. Nos meses mais quentes possuem dois períodos de atividade, um de manhã e outro ao fim do dia, permanecendo inativos nas horas de maior calor. Os sardões hibernam durante os meses mais frios. Quando se sente ameaçado, pode adotar uma posição defensiva, que consiste em elevar a cabeça e abrir muito a boca, podendo morder.

Em Portugal
O sardão ocorre em todo o território, com exceção das ilhas. A sua densidade populacional varia consoante o tipo de habitat, mas no geral nunca apresenta densidades muito elevadas, sendo ligeiramente mais abundante nas zonas montanhosas e rochosas do norte e menos abundante nas áreas abertas do sul. Preferencialmente, ocorre em habitats com muita disponibilidade de refúgio, tais como arbustos, rochas, muros e tocas. No geral, pode ocorrer tanto em areais costeiros, como em matos, zonas de cultivo e bosques. Uma das causas maiores de ameaçada desta espécie são os atropelamentos, pois os sardões utilizam frequentemente as estradas para se aquecerem. A destruição e fragmentação do habitat, principalmente devido às atividades agro-florestais intensivas, são outras ameaças que contribuem para a diminuição da ocorrência desta espécie.